segunda-feira, 30 de abril de 2012

O nome do filho

O casal inglês apresenta os filhos (gêmeos e de dois aninhos):
- Esses são Sophie e Jack...
Sophie e Jack? O outro casal se entreolha e pensa: Soooo 1996!

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Ok, não é para tanto, pois não foi uma grande queda. Sophie e Jack apenas passaram do primeiro para o segundo lugar dos nomes mais usados na Inglaterra e no País de Gales para crianças nascidas entre 1996 e 2010.

De qualquer maneira, a moda agora é outra: eles deveriam se chamar Olivia e Oliver.

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Esses foram os nomes que alçaram o primeiro lugar nesse espaço de 14 anos.

Olivia foi da 24ª posição e Oliver da 23ª, em 1996, para o estrelato.

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Outros nomes também ficaram mais populares nesses espaço de tempo: Ethan, Lily, Grace, Charlie, Lucas...

Como não poderia deixar de ser, outros menos: Daniel, James, Rebecca, Megan...

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O que levou à queda ou ao aumento do uso de determinados nomes em detrimento de outros no cenário inglês de 1996 para 2010?

Anna Powell-Smith, a responsável pela contrução do gráfico interativo em que estou me baseando ( veja em  http://names.darkgreener.com/# ) tem algumas hipóteses:

Primeiro, vamos à conclusão geral de Anna: os nomes das meninas ficaram nesse espaço de tempo mais "floridos" e com um quê de antiquados. Já o uso de nomes bíblicos masculinos caiu drasticamente.

Por que? Por que? Agora sim, as hipóteses:

  • Inegável a influência dos nomes de celebridades: Sienna e Jude foram nomes que cresceram muito no período. E veja só: Jude teve uma queda brusca em 2005, coincidentemente quando se soube que Jude Law tinha traído Sienna Miller com a babá;
  • Nomes de políticos tendem a ter um efeito negativo. É o caso do nome "Cameron", que caiu.
  • Nomes de personagens de filmes/tv também influenciam: Amelie (Poulain), Neo e Trinity (do Matrix) cresceram no período pós-lançamento dos filmes. 


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Vale também a pena pensar no aparecimento de novos nomes.

Se em 1996, existiam um total de 8.671 nomes para 649.488 bebês (simplificando: 74 bebês para cada nome), em 2010 o índice foi para 13.421 nomes para 723.165 bebês (55 bebês por nome). 
  
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 Para finalizar:


Sim, os pais são mais criativos na hora de dar nomes às filhas.  Em 2010, foi contabilizado um total de 7.388 nomes femininos ( que nomearam 352.248 meninas), e apenas 6.033 nomes masculinos (para 370.917 meninos). 

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Para saber mais, entre em 
http://www.guardian.co.uk/news/datablog/2012/apr/25/baby-names-data
http://names.darkgreener.com/#
http://darkgreener.com/baby-name-data

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Para cientista social ler 14


Vai crescer o número de animais confinados no Brasil, em uma proporção absurda - quase 20%, segundo projeções:
Brasil deve ter recorde neste ano no número de animais confinados

Sudão e Sudão do Sul começam a guerra - os dinka, os nuer, não saem da nossa cabeça....
Lembram do antigo post sobre o assunto?

Já essa notícia me fez lembrar do trabalho de iniciação científica com Hans Gunter Flieg. Na pesquisa,  conversamos sobre a mudança que ele trouxe, lá por 1950-60, para a linguagem da publicidade brasileira ao fazer fotografias de produtos sem o uso do retoque americano.


Na época, o que ele fazia era um escândalo. Mas depois a prática (ou, a nova linguagem) foi absorvida.
Talvez o uso de celulares na produção de fotos artísticas/noticiosas esteja passando por um período semelhante.



Agora é o corre-corre na eleição francesa para buscar os votos dos radicais. Sarkozy (surpresa!) endurece seu discurso contra os imigrantes, buscando os votos (surpreendentes, chegaram a quase 18%) de Marine Le Pen.

E, para terminar, uma notícia dada pelo Estadão: Israel legaliza postos de colonos em solo palestino pela primeira vez em 20 anos...


domingo, 22 de abril de 2012

Pensando gênero em Abu Ghraib


Lançado em março desse ano, discute questões de gênero a partir do caso de Abu Ghraib. Para quem não lembra: em 2004, vazaram fotos de prisioneiros sendo torturados e humilhados por militares americanos nas dependências da prisão iraquiana. Entre os torturadores, duas jovens americanas sorridentes: Lynndie England e Sabrina Harman.
O caso foi também recontado pela peça "Palácio do Fim", com Camila Morgado no papel de Sabrina.

Do prefácio, que pode ser lido no site da editora:
" the focus of this book is a social and cultural theoretical analysis of the  empirical data regarding the prison abuse that occurred at abu ghraib prison in  iraq by american forces. The empirical data provided is drawn primarily from my  first-hand qualitative research that involved participant-observation of Lynndie  England’s and  sabrina  harman’s courts-martials, interaction with soldiers and  officers, and analysis of documents pertaining to the trials as well as the photographs  of abuse themselves, among other things" (...) "given that the U.s. military is not a bastion of feminism, this analysis is important for several reasons: showing how power functions within abu ghraib and also for interpreting and illuminating the gendered and homoerotic torture that took place there as well."

Sobre o entendimento da noção de gênero como relacional - pode parecer besteira, mas é sempre bom lembrar que nada é por si, tudo é em relação. A gente dá voltas e voltas pra chegar em alguma coisa que já estava n'O Totemismo Hoje...
"My approach to understanding gender is that gender as a sociological concept is  multifaceted, based on power relations, and has to do with performances of individual,  cultural and symbolic meaning constructions, where identity is constituted through  these performances. Gendering is something that is “done” (either something we  do, or something that is done to us), it is a process and an action, and a metaphysical  transformation so to speak. gendering is always in reference to a “code” such as  a context, a culture, or a symbol rich with meaning, and these “codes” have to  do with power. Bodies can be gendered, so can roles, expectations, spaces and  environments, commands, organizations and institutions, fashions, theoretical  viewpoints, and advertisements, to name a few. in this way, gender is a process  metaphysics,  a system of becoming, a performance process, an adjective of sorts,  a means for identity construction, as well as a tool or thematic for analysis. gender  functions as code with power infused within its understandings—where even the  analysis of power itself can be examined and understood as “gendered.” what i think is most important within discussions of gender is not only theoretically  important conversations about gender (its “code”) rich with detail and example, but  also critical engagement and thought about how gender is policed, produced by and for us, consumed, and other ways power makes complex the relations of gender."

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Para cientista social ler 13


Índios estão presentes em 80,5% das cidades brasileiras, diz IBGE
817 mil entrevistados disseram ser indígenas; dados apontam que há mais deles na zona rural que em áreas urbanas 

Ex-ministros de Ambiente advertem que Rio+20 segue rumo ao retrocesso
Grupo envia relatório para o governo federal criticando ausência de questões ambientais na agenda

 Jornal divulga novas fotos de soldados dos EUA ao lado de corpos de afegãos
Episódio de má conduta deve aprofundar a revolta da população do Afeganistão; Washington promete investigar

Suíte de uma notinha publicada na Folha de ontem, dia 18 de abril (no post anterior)
Revisão de óbito sob ditadura anima entidades
 

Sob protestos, plano urbanístico da Santa Ifigênia é aprovado
Moradores alegam que seus direitos não estão garantidos pelo projeto; Prefeitura nega irregularidades


Bexiga vai ganhar site com mapa dos teatros do bairro
Centro de Preservação Cultural da USP está reunindo dados sobre grupos alternativos que formam roteiro quase invisível na cidade


Obra de Berzin é resgatada no Recife
Artista lituano radicado no Brasil deixou um legado fotográfico relevante antropologicamente

Para cientista social ler 12

Associação Afro-Sueca pede afastamento de Liljeroth, da Cultura   


Sobram argumentos para justificar esforço redobrado de Brasília no desenho de estratégia para sair do Haiti

  
Índios pataxós autorizaram remoção dos rebanhos, móveis e insumos de 59 propriedades  

STF deve julgar hoje ação contra decreto de terras quilombolas


Decisão altera certidão de óbito de militante assassinado na ditadura

Após acidente, sobe demanda por seguro ambiental 

Conflito em Jirau é causado por quem não é operário, diz Lobão

Alunos africanos que estudam na unidade foram xingados de 'animais' em um mural