domingo, 15 de maio de 2011

Mais um de ET

Como lidar com a alteridade? Talvez porque respondam a essa pergunta que filmes com temática extraterrestre causem tanto fascínio. Afinal, eles nos trazem diversas possibilidades, que não raro reverberam na condição de trato com "o outro" menos extremado - como imigrantes, por exemplo. O filme Distrito 9, de 2009, escancarou a analogia , e pudemos ver nas telas brasileiras, ainda que por pouco tempo, a metáfora explicitada. 

O mesmo não aconteceu com o filme Monsters, de 2010, com direção de Gareth Edwards, que não estreou nas salas de cinema por aqui. Em suma, a história se passa nas seguintes condições:  Há menos de uma década, a NASA descobriu a possibilidade de vida extra-terrestre no sistema solar. Foram coletadas amostras para comprovação, mas, quando a sonda espacial voltava à Terra, houve um acidente que fez com que ela se rompesse no território mexicano fronteiriço ao EUA. Depois de algum tempo, formas estranhas de vida começaram a surgir. Uma área correspondente a metade do México foi posta como Zona Infectada, e proibida a circulação de pessoas. 

Desta forma, as proximidades e a própria ZI passam a viver em constante tensão. As forças militares americanas e mexicanas tentam conter as criaturas dentro do limite estipulado, através de bombas e armas químicas. Porém, muitas vezes, as empreitadas acabem vitimando também seres humanos que vivem em áreas adjacentes.   

É a necessidade de ir do México para os EUA que mobilizam os dois personagens principais a atravessarem a ZI, e correr o risco de contato com os extraterrestres. Criaturas mostradas no filme com refletida parcimônia, pois o interesse não é o de imaginar como as elas lidam com os homens, mas como os homens lidam com as criaturas e com eles mesmos. 

A produção ganhou certa repercussão na Inglaterra e nos EUA porque, além de ser um filme de baixo orçamento (custou por volta de $800,000, segundo o IMBD), também foi filmado com base na improvisação. Apenas os protagonistas são atores profissionais, e mesmo assim, as cenas foram filmadas dando-lhes apenas linhas gerais de ação, sem falas fixas. Aparentemente, também haverá uma continuação (que tende já a ser milionária), mas com outra direção.

Ótimo filme, entusiasticamente recomendado. Abaixo, uma mini-entrevista com o diretor Gareth Edwards, feito para o festival de cinema de Toronto.


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